terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Nova fornada


Saindo do forno ainda quentinho: "Rio que Passa". Escritos e Olhares do meu querido "irmão" jornalista, poeta, publicitário e galã do Vale do São Francisco, Carlos Laerte. Coletânea de textos e fotos recolhidos ao longo de 17 anos de atuação na área de comunicação, Rio que Passa é o sexto trabalho literário de Laerte que também escreveu: "Suspiros de Imaginações" e "Sementes" (em parceria com Lênio Ferraz), "Poemando", "O Quarto" e "70 anos da Marinha no Vale do S.Francisco e Outras Histórias (com Isabel Figueredo).

O lançamento (no Recife) será nesta quinta-feira 06.12.2007 às 19h. na Livraria Arraial (Estrada do Arraial, 2350 - Tamarineira) e contará ainda com apresentações musicais de Rosana Simpson, Reinivaldo Pinheiro e Maciel Melo.

Em Petrolina, o evento acontecerá dia 13.12.2007 na Biblioteca Municipal Cid Carvalho.

Vale a pena conferir!

Só me resta parabenizar Carlos Laerte por mais este empreendimento e desejar-lhe muito sucesso.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A alma da árvore


Acho que poucos artistas têm o privilégio de trabalhar com madeira colhida do próprio jardim. Claro que não planejei isso. Mas não poderia deixar se perder esse material que acabou sobrando da queda de meu pinheiro. Não é uma árvore que fornece madeira em abundância e nem é madeira de lei. Mas aproveito pra fazer matrizes que permitirão moldar peças em materiais mais resistentes e duradouros. Além disso, poderei confeccionar um artefato que sempre quis ter: um pilão.

No primeiro caso, estou produzindo (como pode se ver na foto), matrizes de peças de xadrez que serão fundidas em metal ou concreto. No segundo caso, farei um pilão pra fazer fubá e moer café no interior. De qualquer forma, não foram em vão os quinze anos que cultivei esse belo vegetal que foi referência na minha casa. Afinal, existem outras aplicações para um pinheiro além de servirem meramente de "árvores de natal".

In Memorian


Poucas pessoas que passaram por mim foram tão intensas na arte de viver. poucas foram tão fundo no poço das ilusões reais da vida. Passei dias e dias pensando qual seria a forma melhor de prestar esse tributo a tão ilustre e tão querido amigo desaparecido, ou melhor, desapegado, desencarnado, imortalizado. Pois não se enganem, ele foi alí mas já voltou. Foi alí na esquina do Mercado da Boa Vista se encontrar com Chico Espinhara e Israel Semente pra dar umas bandas por aí mas já está de volta. Eu o ví no dia 7 de setembro, quando amigos poetas o homenagearam. Ele estava lá. Não apenas no vídeo apresentado, onde sua voz rouca nos deliciava com seus poemas tão ácidos quanto verdadadeiros, mas com sua luz a nos guiar nesse obscuro e hipócrita mundo dos vivos. Ele saiu de cena pra entrar de vez nos nossos corações e nas nossas almas.

Polêmico, atrevido, audaz, inteligente, generoso e doce pra citar apenas alguns adjetivos que o definiriam. Tão doce ao ponto de me ofertar uma fotografia 3 X 4 com a singela dedicatória: "Ao amigo Padrão com estima, Erickson Luna". Sua grandeza não cabia na compreensão dos medíocres a quem atacou com fúria. Seu despojamento a despeito de tão rara inteligência incomodava os puristas "caretas", mas as lições de vida e de dicernimento que deixou em seu rastro de luz hão de ecoar eternamente pelos becos dessa combalida cidade. Quer no Beco da Fome, no Pátio de São Pedro, no Espaço Pasárgada, em Olinda, enfim, nas mesas sagradas dos bares que adorava freqüentar. E aquí também, nesse blog onde vez em quando contarei uma das suas. Será, ou melhor, continuará sendo meu sócio nos papos e nos drinques e tenho certeza que todos vão adorar.

Vai amigo, reune a moçada que já chegou, pede um quartinho, um ponche e separa um banquinho que um dia a gente se reencontra pra botar o papo em dia. Por enquanto, vou tomando umas por aquí e se antes eu dava uma prum santo qualquer, agora tenho o "meu" santo : à nossa, São Erickson Luna!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Frase

"Alguns pintores transformam um sol numa mancha amarela, outros porém, transformam uma mancha amarela num sol"

Pablo Picasso

Por pouco




sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O susto


às 6:00 h. da manhã de uma sexta-feira chuvosa, o estrondo da queda sobre o toldo de alumínio da garagem. Não é a melhor maneira de acordar, garanto.

Resultado: A linha telefônica rompida, um prejuízo que poderia ter sido bem maior, muito trabalho pra remover a árvore e algum material para os próximos trabalhos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Meu pinheiro caiu!


Ou foi abatido (pelos cupins, não por mim).
Pois é, minha araucária de vinte anos de idade e 15 metros de comprimento veio abaixo no final do inverno passado, vítma desses ardilosos insetos. Ficaram as fotos, a saudade e...
...a madeira que, conseqüentemente está virando arte. Breve, fotos das primeiras peças.

domingo, 23 de setembro de 2007

Primavera







Primavera
Cecília Meireles
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Monumentos da Fé


Gosto de observar, fotografar, desenhar as catedrais e igrejas. Geralmente elas vêm de longe com sua arquitetura requintada, suas torres imponentes a apontar o céu. Testemunhas da história e cúmplices da crença de um povo. São geralmente antigas e belas construções como esta no Páteo de São Pedro, centro de Recife que é uma espécie de "máquina do tempo", um mergulho na Recife dos livros de história e geografia de Mário e Hilton Sette e Manuel Correia de Andrade. Uma cidade que vai sumindo diante da dita "modernidade" que apaga nossa identidade e veste-a com o macacão cinza e vítreo das metrópoles.

Tomara que ao menos os templos sejam preservados e guardem em suas naves muitas histórias que componham a memória da cidade que viram nascer há mais de quatro séculos.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Tsuru - 2003



Esta peça construida com arames de ferro utilizados para amarração de feixes de vigas ou cantoneiras vindos da siderúrgica para os armazéns de construção, foi inspirada no origami; arte japonesa de dobrar papel, conferindo-lhe formas de animais.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Frase:

"Arte experimental é pleonasmo. Ou é experimental ou não é arte". Luís Paulo Baravelli - pintor

Nelore - pedra calcárea - 2000


Romário - ferro -1998


Este boneco confeccionado com escapamentos de carros foi uma homenagem ao Romário que "arrebentou" na copa de 1994 junto com Bebeto e que puxou o cordão dos campeões que desembarcaram aqui no Recife com o caneco do Tetra.


quarta-feira, 4 de abril de 2007

Teus Filhos - Gibran Khalil Gibran

Teus filhos não são teus filhos

São filhos e filhas

Da ânsia da vida por sí mesma

Eles vêm através de tí mas não de tí

E embora vivam contigo

A tí não pertencem

Podes dar-lhes teu amor

Mas não teus pensamentos

Pois eles têm seus próprios pensamentos

Podes abrigar seus corpos

Mas não suas almas

Porque suas almas

Moram na mansão do amanhã

Que não podes visitar

Nem mesmo em sonhos.

Podes esforçar-te por ser como eles

Mas não procures

Fazê-los semelhantes a tí.

Porque a vida não recua

E não se demora nos dias passados.

Tu és o arco do qual teus filhos

Como flexas vivas são disparados

O arqueiro mira o alvo na senda do infinito

E estica o arco com toda sua força

Para que suas flechas

Se projetem rápidas para longe

Que a tua inclinação na mão do arqueiro

Seja para a alegria

Pois assim como ele ama a flexa que voa

Também ama o arco que permanece equilibrado

Polêmica? Que polêmica?


INVICTO!

Arte + Arte + Arte

Demanhanzinha o sol entrou pela janela...
...abriu gavetas, revirou minhas lembranças,
Revi cartas, telegramas,
Diademas, bugingangas...
(Alceu Valença- Como se eu fosse um faquir - Coração bobo - 1980)
E ao revirar as bugingangas encontrei essa obra prima que é o vinil Estação da luz de Alceu Valença - 1985 que traz essa primorosa gravura de Wellington Virgulino na capa. Uma obra maravilha que o "maluco beleza" dedicou assim: "Esse disco é dedicado a Carlos Penna Filho (poeta do azul). Renato Campos Carneiro (que me ensinou a ver o ouro das acácias e o sangue dos flamboyants) e a Jorge. Aliás. São Jorge. Ou melhor. São Jorge Amado. Santo do povo da Bahia e do Brasil."
Como se não bastasse, o encarte traz reprodução de obras de Tiago Amorim, João Camara, Zé Som, Paulo Brusky, entre outros .
Música, literatura, poesia, pintura. Tudo no mesmo pacote. Haja arte!

Lança-perfume

Ninfa
Olhos fixos no desejo
Mente ardilosa a tramar loucuras
Passas fagueira a provocar meus sonhos
Sem saber nem querer
Que o fogo ronda a pólvora seca
Quem és na escala da vida?
Mulher não és nem menina
És ninfa
E já que tens o poder
De desabrochar em qualquer jardim
Em qualquer estação
Quero-te o nectar doce e o perfume suave
A permear minha primavera
Quero-te o olhar provocante
E o corpo sinuoso
A fremer gota de orvalho
Decompondo em arco-íris
Um raio de lua
Rubem Padrão - 1990

são severino - gravatá - Pernambuco - brasil

terça-feira, 6 de março de 2007

Luminária "Farol" (acesa)


Luminária "Farol" - 2000 - Ferro


O ferro é um metal 100% e infinitamente reciclável. Objetos ou peças de ferro e aço descartados do dia-a-dia como carcaças de eltrodomésticos, ferramentas, acessórios automotivos como amortecedores, escapamentos, discos, etc., podem ser encaminhados a depósitos de reciclagem para refundição ou, simplesmente virar outros objetos usáveis ou obras de arte. A peça ao lado utiliza arames de amarração de feixes de vigas de ferro, discos de embreagem e freio de veículos e tubo de pvc. Uma luminária para uso interno ou externo com excelente efeito luminoso para ambientes especiais.

sábado, 17 de fevereiro de 2007



Agonia

Quando as brumas dos sonhos dissipavam

Náufrago, a queimar os meus navios

A minha alma, faca de dois gumes

Açoitava o verão que oprimia

E o tempo se tornou meu inimigo

Aderindo à revolta da anarquia

_

E as cores se apresentavam deprimentes

Invoquei, implorei aos ancestrais

Pela volta da eterna primavera

Que os olhos esperavam entredentes

_

Porém, prefiro o brilho dos punhais

A essa paz dominada pelo medo

Na disputa dos eternos ideais

É como não dormir e morrer cedo...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Utensilios de coqueiro

1 -Mesa para telefone (Torre de Pisa)

2 -Máscara decorativa (p/parede)

3 -Vaso de plantas

4 -Bandeja p/servir peixe

5 - Peso p/revistas (peão)

Material: coqueiro

Esculturas em coqueiro - 1997/1999


O coqueiro, apesar de não ser uma madeira considerada nobre, pode ser bastante utilizada na arte. Depois de desidratada resiste bastante tempo em ambiente sem exposição a chuva. Pode ser transformado em peças para decoração de salas, corredores, recepções, etc. Uma grande vantagem da sua utilização é a velocidade do crescimento da planta e a facilidade do replantio, permitindo uso racional e sustentável.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Cavalo de xadrez - 1997 escultura em tronco de jamelão

A madeira constitui-se em um ótimo material para esculturas e outras peças de arte. A extração com esta finalidade, no entanto, é condenável. O ideal é que se use árvores que tenham morte natural ou ainda material proveniente de podas, sobras de demolição, lixo industrial, etc.
Além disso, é necessário usar e incentivar a prática de plantar árvores, principalmente as da mata atlântica e madeira nobres em geral que levam muitos anos até formarem material possível de extração sustentável.

Produção caseira - Cajú, goiaba e maracujá


Você sabia que estas frutas foram produzidas em meu quintal que tem pouco menos de 20 metros quadrados? Se você tem um pequeno quintal, pode também plantar fruteiras (como o cajueiro anão, mamão, acerola, ou ainda fazer uma bela horta). Sua casa vai ficar mais bonita, você vai cunsumir produtos saudáveis e participar da preservação, além de descolar um excelente hobby.

Conjunto de dominó - 1999 - Material: Madeira reciclada

Este conjunto de mesa e quatro banquinhos foi confeccionado com madeira reciclada de várias origens como caixotes de transporte de máquinas, partes de móveis desmontados, etc. Com uma pintura diferente, serviu como arena para jogar dominó e como decoração do antigo Bar do Caboclinho em Afogados.

Mandala - 2000 - Material: CDs recortados e colados sobre tampa de tambor


Muitos objetos descartados como frascos de produtos diversos, têm no material com que são elaborados, cores vivas e diversificadas. Estes materiais podem ser reprocessados e usados na confecção de objetos de arte baratos e belos. Uma boa opção para se oferecer como educação ambiental e artística nas escolas públicas.

Luminária 1989 - Material: Peças de eletro-domésticos recicladas


Alerta!
A água potável do planeta está terminando. Se não preservarmos o pouco que resta de nossas matas, logo teremos que consumir água de esgoto tratada ou água do mar dessalinizada. Seja consciente a partir do seu consumo. Evite levar pra sua casa produtos fabricados ou cultivados com agressão ao meio-ambiente. Economize água e energia elétrica. Trate seu lixo com inteligência e a natureza (da qual você também faz parte), com respeito. Plante uma árvore da mata nativa, uma fruteira ou uma horta. A natureza é generosa ao retribuir quem a protege.

Rodas - 1997 Categoria: decorativa p/grandes ambientes Material: Bobinas de cabos elétricos




"Pouco importa o que os outros pensem a nosso respeito. Pouco importa a notoriedade, o reconhecimento social. Se nossa atitude é justa, isso não tem nenhuma importância, nesta ou em vidas futuras. O certo é não negligenciar o impacto das marcas deixadas no espírito por nossas ações negativas. Essas marcas são determinantes para a nossa felicidade".



Dalai Lama

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Esta é a minha cara


Seja bem vindo!

Seja bem vindo ao meu blog! Se você não me via ou sabia de mim há tempos, agora pode acompanhar um pouco do que andei e ando fazendo na vida.
São Severino, São Severino de Gravatá, São Severino dos macacos ou simplesmente "A Ruinha" . Esse é o meu lugar. A terra prometida. Logo você vai saber porque.
Além disso, mostrarei fotos de trabalhos novos e antigos: esculturas, desenhos, pinturas, utensílios. Sempre que possível, produzidos com materiais recicláveis.
Visite, comente, critique, colabore. Sua participação é fundamental!