Afogados é um movimentadíssimo bairro comercial e industrial que, além de tudo, liga diversos outras regiões da cidade, ou seja, a circulação de pessoas é um verdadeiro "formigueiro". A diversidade de imagens, cores, movimentos, objetos, atitudes, etc., é enorme. Um prato transbordando para qualquer fotógrafo, ainda mais pra um foto-jornalista. Acontece que a arte se sobrepõe a qualquer filosofia. O artista não é "portador" da arte (o que já seria uma definição bastante convincente); ele é a própria arte encarnada. Uma frase, apesar de "lugar comum" é insubstituivel pra definir isso: "Ninguém escolhe a arte, é escolhido por ela", ou seja, ningém é culpado. Assim sendo, no meu "tour" fotográfico pelo bairro, nenhuma imagem me chamou mais a atenção do que a dos velhos mosaicos nos pisos das velhas construções. Na minha infância pobre em Coqueiral, essas peças arquitetônicas simbolizavam pisos nobres em palácios, conventos, repartições públicas e, na pior das hipóteses, nas casas dos mais abastados. Nas mais pobres o chão era de cimento, quando muito "avermelhados" ou "esverdeados" por corantes.
Eu menino, quando ia ao centro da cidade com meu saudoso pai, ficava olhando e admirando os belos desenhos sincronizados (combinados, melhor dizendo) dos mosaicos e, meio século depois, na era digital, descobrí um hobby interessante ligado a esses interessantes objetos artísticos da construção: O resgate e reutilização dos desenhos dessas peças. É disso que trata a imagem acima e é disso que tratarei em posts futuros, aguardem!