sábado, 27 de março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010


Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno!
Poisando em ti o meu amor eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos...
O teu olhar em mim, hoje, é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e pressagos!

A vida, meu Amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...
Florbela Espanca

segunda-feira, 22 de março de 2010

É Outono no Quintal!

O calor abafado do verão que passou ainda está conosco. Agora agravado com a umidade da estação das chuvas que se aproxima. Este ano não foi mole: média de 34ºC com sensação térmica de 40ºC. Mas os nimbus já preenchem os céus e logo as torneiras se abrirão pra acalmar este "inferno". Tomara!
E já que eu não posso ir ao hemisfério norte onde a neve derrete e as flores anunciam a primavera, vou fugir, daqui a pouco pra minha Ruinha. Lá, além de ser amigo do rei tenho "ar condicionado central" pra dormir sossegado. Pena que não posso ainda ficar de vez mas as coisas estão se arrumando. Quem sabe no inverno...

domingo, 21 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Que gracinha!


Achei uma gracinha este vídeo educativo do SAPO (Portugal Online) com os super-herois do bem e do mal disputando a atenção e a obediência do puto (garoto)sobre jogos de computador. Assistam.

Quero voltar pra casa. Click! Voltei,ufa!!!

Quando eu era adolescente gostava de fazer exercícios de futurismo. Ficava no muro da escola olhando os trens passarem e imaginando como seria dali a muitos anos. Naquele tempo o transporte ferroviário da minha região vivia uma transição entre a “maria fumaça “(locomotivas movidas a vapor gerado por uma caldeira que queimava lenha ou carvão mineral) e as locomotivas a óleo diesel. Trem elétrico só existia no sul (leia-se São Paulo e Rio). Mas eu sabia que um dia o “progresso” chegaria ao nordeste embora não tivesse a menor idéia de quando isso aconteceria. Comentava com meus amigos de escola e era, muitas vezes, motivo de chacotas: “um dia o trem elétrico vai passar bem aqui, nessa linha”. Hoje o metrô que liga Recife a Jaboatão passa exatamente em frente à minha antiga escola primária e, às vezes que viajo nele e passo por lá, fico lembrando de minhas “previsões”.
Contei este fato pra mostrar como o tempo passa rápido e como coisas que a gente acha que vão demorar a acontecer acontecem assim, da noite pro dia. Tudo bem, entre esta historinha e hoje se passaram ai uns cinqüenta anos mais ou menos e pra quem tem menos de trinta, cinqüenta anos parecem uma eternidade, mas pra quem já os viveu a sensação de “parece que foi ontem” é inevitável mas, nesse meio século as coisas evoluíram muito e cada vez mais rápido e pra quem já está “rodado”, a sensação é de ter entrado numa daquelas máquinas do tempo que a gente via nos seriados “grotescos” da TV em preto e branco e que ainda povoam (em versões mais modernas, claro) a imaginação dos criadores do cinema atual.
Pois é, antes que algum “jovenzinho” comece a tirar sarro da minha cara dizendo que isso é papo de velho, eu faço a constatação que, mesmo depois desse meio século, essa tal “máquina do tempo” que faz a gente entrar nela e sair dela onde e quando quiser ainda não existe. Tá, existe o avião que nos leva onde quisermos mas não é num piscar de olhos. Tudo bem que um Airbus ou um 747 faz o percurso entre Recife e Paris ou New York em bem menos tempo que um “Super Constelation” da década de 60 fazia, mas ainda assim continua sendo um avião (que já existia no inicio do século passado) e o que é pior, ainda cai de vez em quando.
Uma coisa porém sofreu (e sofre ininterruptamente) evoluções espantosas: a comunicação. Depois que o americano inventou (ainda na década de 40) o transistor pra usar como arma de guerra (como tudo que o americano inventa) e o japonês o reinventou pra miniaturizar tudo o que é parafernália eletrônica (começando com o radinho de pilha), a coisa não parou mais de evoluir e isso até os que ainda não tem vinte ou trinta anos já percebem porque hoje a coisa “desimbestou” como diriam os matutos. Uma máquina que hoje de manhã é ultra-moderna, à tarde pode estar totalmente obsoleta. Quer um exemplo? Essa maquininha da qual vos blogo. Durante as poucas horas que nela me concentro pra falar pro mundo (e ler e ver o mundo também), dezenas de atualizações baixam (como se fossem entidades espirituais) pro meu antivírus. Sem essas atualizações o antivírus fica inoperante e com o antivírus inoperante a máquina pode se tornar em poucos segundos de um ataque viral, um monte de ferro (leia-se plástico, cristal líquido e silício) velho.
Voltando ao assunto inicial deste post que seria a transição passado-presente-futuro, eu diria que esta sim é, ainda que virtualmente falando, uma máquina do tempo e do espaço. A informação que ela nos permite obter nos leva em frações de segundos tanto ao passado remoto quanto a possibilidades futurísticas passando pelo presente transitivo. Ao mesmo tempo nos permite estar em um click na Europa França e Bahia passando por Marte onde o homem ainda nem chegou em carne e osso. Neste momento (ou quase) posso saber exatamente o que se passa (ou se passou há segundos) na Austrália (onde eu levaria mais que um dia pra chegar mesmo na mais rápida aeronave), no Quênia, na Nova Zelândia, no deserto do Saara, em Cabrobó, Orobó, Tacaimbó, etc, etc, etc, tudo isso passando antes por um (ou mais )satélite pendurado lá em cima onde os anjos dormem.
Confesso que nunca cruzei as fronteiras desse meu Brasil varonil nem pra comprar muamba no Paraguai mas dentro dele (que não é pequeno) já andei mais do que “pitomba na boca de véio”, como diria meu saudoso pai. De Belém do Pará a Sampa passando por Brasília (te esconjuro!), conheço quase tudo. Gosto de viajar mas ainda acho a melhor parte da viagem, a volta. Por isso, enquanto os amigos viajam pro exterior eu ainda prefiro tomar o rumo do interior mesmo porque é mais fácil e mais rápido pra voltar pra casa. Doméstico? Sou mesmo e acho que um dia até poderei dar umas voltas aí pelo mundo mas com data e hora pra pegar o caminho de volta.
Resolvi escrever este post depois de visitar o blog de uma portuguesa que mora no Japão e que narra suas aventuras na terra do sol nascente às voltas com a dificuldade de comunicação (ou a falta dela) num país onde a escrita é linda mas pra entender... Entre outras coisas a cidadã diz que tentar se comunicar em inglês lá é quase impossível, em português então...
Aí você me pergunta: Será que você nunca imaginou estar um dia numa situação dessas?
Aí eu respondo: Mas nem fudendo!
Se pra entender os matutos da minha Ruinha e o Portuga da padaria já é difícil, imagina morar em país estranho e ter que aprender a ler “garrancho” e falar gemendo que nem quem tá com cólica intestinal. Deusmelivre!
Prefiro mesmo viajar na blogsfera onde em minutos rodo esse mundinho todinho e quando me canso, click! Dá licença que eu vou na cozinha fazer um café.

terça-feira, 16 de março de 2010



"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."


Fernando Pessoa

Recife, problemas e soluções. Retrato fiel


Não há muitos textos explicativos no blog http://laboratorioarquitetura.blogspot.com mas pelo vídeo dá pra perceber que ele é o resultado de um workshop realizado no ano passado por estudantes e professores de arquitetura da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e da cidade de Marseille - França, sobre o transporte fluvial no Rio Capibaribe, visando especificamente desafogar o trânsito terrestre com foco na Copa do Mundo de 2014, quando Recife sediará jogos da competição. O projeto indica ainda incluir uma revitalização do rio e a inclusão de populações ribeirinhas. Gostei muito principalmente porque mostra uma visão da cidade que os prefeitos só mostram na campanha política pra fazer promessas que todos sabemos que nunca são ou serão cumpridas. Quem sabe com este projeto de intercâmbio internacional a prefeitura, o governo do estado ou preferencialmente ambos, tomem vergonha na cara e revitalizem o Capibaribe, alma da região metropolitana e da capital e que só tem servido de esgoto e depósito de lixo para pernambucanos mal educados sejam pessoa física ou jurídica.
A organização do evento foi de André Moraes:http://andremoraeslab.blogspot.com

segunda-feira, 15 de março de 2010

Madeira certificada ou manejada, sempre!




Este é meu trabalho mais recente. Uma talha decorativa de 3m de comprimento por 40cm de largura. Gosto de trabalhar com madeira mas quando se trata de madeira de lei aparelhada procuro ter certeza da origem do material. Embora ainda considere frágeis os mecanismos de controle, não custa nada observar se a madeira tem origem certificada (de desmatamento autorizado) ou, melhor ainda, exploração manejada (corte planejado com replantio). Na dúvida ainda prefiro trabalhar com árvores mortas naturalmente ou madeira de demolição.
Você encontra informações sobre certificação de madeiras em:
http://assets.wwf.org.br/downloads/infografico_1.pdf

domingo, 14 de março de 2010

Viva a porraloquice!


Esta poesia linda de Sueli Costa e Abel Silva é uma homenagem a Lívia do blog Pelas Tabelas http://porenseafins.blogspot.com que anda meio desesperada com os porres.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Parabéns minhas queridas!

Recife (ao fundo) vista do Alto da Sé - Olinda

Vista aérea de Recife (bairro do Recife e antigo porto) com Olinda bem ao fundo.

Pense em duas velhinhas bonitas! Recife e Olinda, Olinda e Recife. Tão inseparáveis que nasceram na mesma data, embora com dois anos de diferença. 475 anos (Olinda) e 473 anos (Recife).
Unidas visceralmente por terra ar e mar, estas duas belezas são orgulho do Nordeste e Xodó do Brasil e do mundo. Como recifense de nascimento e olindense de caso amoroso, me orgulho em viver entre as duas e de ser um dos vértices desse triângulo. Parabéns às duas. Vida longa às anciãs, cada vez mais jovens e charmosas. Viva OLINDA, salve salve Recife!


Brasil: Violento e sem graça! Até quando?

Mais uma vez assistimos horrorizados as ações do governo brasileiro. Não, não é de Lula e sua corja que estou falando; é do novo (que nem é tão novo assim) governo que se instalou no país: O poder paralelo do crime e da violência. Enquanto centenas de usuários de crack consomem a droga impunemente no centro da maior cidade do Brasil sob os olhos cínicos e complacentes da polícia de José Serra, pessoas de bem são esmagadas pela roleta russa que se tornou a vida nesse país de ladrões e assassinos.
O cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni são as mais recentes vítimas da incompetência e da falta de vontade e de coragem de nossos governantes em conter a violência desenfreada que cada vez mais toma conta de nossos destinos.
Enquanto a cidade de São Paulo investe milhões para sediar uma prova automobilística internacional, marginais invadem residencias e matam cidadãos, "importam" armas, drogas, agrotóxicos, produtos falsificados e tantas outras porcarias em quantidades alarmantes por nossas frageis e absolutamente desprotegidas fronteiras. Enquanto Lula, Dilma e outros componentes se preocupam com o deficit público, o superavit da balança comercial ou o PIB, os comparsas aumentam o rio de sangue dos crimes contra quem os colocou no poder.
Certamente este crime (que aparece mais por se tratar de uma pessoa pública) será um péssimo mas infelizmente oportuno cartão de recepção para a imprensa internacional que se encontra em massa em São Paulo para a cobertura da Fórmula Indy. Mais uma vez a verdadeira imagem do Brasil vai atravessar as fronteiras para o mundo ver. Afinal, o país que tem um presidente que considera dissidente cubano preso comum e bandido italiano como preso político, demonstra claramente a inversão de valores de quem o governa. A seus cidadãos que não andam em carros blindados e nem têm guarda pessoal como os de Brasilia, resta rezar. Pela alma dos que já se foram e pelas suas próprias que estão na iminência de serem desencarnadas.
Se você ainda estiver vivo em outubro, quando for votar, pense um pouco e dê a sua resposta.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher; que bom se ele não existisse!


Antes de mais nada, um grande beijo para todas as mulheres (até para as que não merecem beijo nenhum). Todas porém merecem atenção, carinho, educação, liberdade, respeito, dignidade, flores, chocolate, perfume, lingerie, cartão de crédito, carteira de habilitação, etc, etc, etc.
Quando digo que há mulheres que não merecem beijo nenhum é porque, de vez em quando, ouço notícias como a que ouvi já hoje no “Bom Dia Brasil” da TV Globo sobre duas mulheres que deixaram cinco crianças abandonadas, sujas e desnutridas pra irem pra uma balada. Mas felizmente estas são exceções e não diminuem em nada o valor dessas criaturas maravilhosas que foram projetadas para serem nossas parceiras e não adversárias e a prova disso é que nossos corpos (e em muitos casos as nossas almas) se encaixam direitinho. Já notaram?
Costumo comentar que cresci num universo bem diferente da maioria dos homens ou pelo menos com uma compreensão bastante diferente do universo feminino. Nunca reconheci, por exemplo, o termo sexo frágil como aplicado ao sexo feminino. Como assim, sexo frágil? A enorme maioria das mulheres que conheci durante minha vida foram pessoas fortíssimas. Minhas avós, minha mãe, irmãs, professoras, amigas , parceiras de amor e sexo, todas excepcionalmente fortes, carismáticas e determinantes. Há uma marca profunda deixada por cada uma delas na minha existência; nem todas de boa lembrança, claro, mas certamente todas com lições importantes a me ensinar.
Reconheço a importância de uma data comemorativa apenas como uma referência, um momento de reflexão, um balanço das conquistas e realizações, mas sou radicalmente contra todos esses “dia disso, dia daquilo, daquele ou daquela”. Gosto de aplaudir ações que considerem o ser humano, que unam e não que excluam. Em vez de se haver chegado à necessidade de se criar delegacias de proteção à mulher, por exemplo, porque não humanizar as delegacias “normais” incluindo as mulheres no efetivo e estimulando o respeito e a cooperação no próprio âmbito policial. Bem melhor, não?
Esta semana andava eu pela feira de Afogados quando vi uma senhorinha de pelo menos uns setenta se encaminhando à porta do motorista de um taxi estacionado. O meu lado burro (que impressionantemente sempre chega antes) pensou: O que faz esta senhora abrindo a porta do motorista do taxi? Aí veio o meu lado “menos burro” que demora mas também chega e respondeu: Ela “é” a motorista, seu idiota!
Não consigo entender quem ainda acha que existem profissões de homem e profissão de mulher. A gente tá vendo mulher por toda parte exercendo literalmente todas as profissões, funções e atividades. De comandante de aeronave a soldadora de estaleiro, de piloto de metrô a piloto de Fórmula 1, de mergulhadora a paraquedista, de cirurgiã a presidenta de repúblicas, de astronautas a lobistas.
E quando acho que seria bom que não existisse “Dia Internacional da Mulher” é porque acho que é injusto dedicar um dia só a quem está presente todos os dias de nossas vidas, às vezes de um jeito ruim mas quase sempre nos dando alegrias e satisfações, formando conosco uma parceria perfeita. Por isso sugiro a determinados movimentos ditos feministas que repensem a sua estratégia de ação. Em vez de apresentar homens e mulheres como competidores, mostre-os como parceiros. Em vez de ficarem tentando mostrar quem é mais forte, quem é mais sensível, quem exerce melhor certos trabalhos, mostrem que todos são capazes e que a união é a maior força do universo.
Neste 8 de março peço paz e não guerra. Peço reflexão mas sem comparação. A humanidade precisa aprender a solucionar problemas por outro caminho que não seja o do conflito, o do confronto. Nascemos para sermos parceiros e é assim que teremos de ser. Por esta razão prefiro unir minha saudação às mulheres a outra digamos, fora de época:
Com todos os defeitos que elas possam ter e, claro, com todas as virtudes que reconheço que elas têm, quero ter sempre uma mulher perto de mim, seja sob que pretexto for.
Vida longa a todas as mulheres e... ...paz na terra aos homens de boa vontade!

terça-feira, 2 de março de 2010

'Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a tranforma em oferenda (...) É porque eu sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é.'
Clarice Lispector