quarta-feira, 24 de outubro de 2007

In Memorian


Poucas pessoas que passaram por mim foram tão intensas na arte de viver. poucas foram tão fundo no poço das ilusões reais da vida. Passei dias e dias pensando qual seria a forma melhor de prestar esse tributo a tão ilustre e tão querido amigo desaparecido, ou melhor, desapegado, desencarnado, imortalizado. Pois não se enganem, ele foi alí mas já voltou. Foi alí na esquina do Mercado da Boa Vista se encontrar com Chico Espinhara e Israel Semente pra dar umas bandas por aí mas já está de volta. Eu o ví no dia 7 de setembro, quando amigos poetas o homenagearam. Ele estava lá. Não apenas no vídeo apresentado, onde sua voz rouca nos deliciava com seus poemas tão ácidos quanto verdadadeiros, mas com sua luz a nos guiar nesse obscuro e hipócrita mundo dos vivos. Ele saiu de cena pra entrar de vez nos nossos corações e nas nossas almas.

Polêmico, atrevido, audaz, inteligente, generoso e doce pra citar apenas alguns adjetivos que o definiriam. Tão doce ao ponto de me ofertar uma fotografia 3 X 4 com a singela dedicatória: "Ao amigo Padrão com estima, Erickson Luna". Sua grandeza não cabia na compreensão dos medíocres a quem atacou com fúria. Seu despojamento a despeito de tão rara inteligência incomodava os puristas "caretas", mas as lições de vida e de dicernimento que deixou em seu rastro de luz hão de ecoar eternamente pelos becos dessa combalida cidade. Quer no Beco da Fome, no Pátio de São Pedro, no Espaço Pasárgada, em Olinda, enfim, nas mesas sagradas dos bares que adorava freqüentar. E aquí também, nesse blog onde vez em quando contarei uma das suas. Será, ou melhor, continuará sendo meu sócio nos papos e nos drinques e tenho certeza que todos vão adorar.

Vai amigo, reune a moçada que já chegou, pede um quartinho, um ponche e separa um banquinho que um dia a gente se reencontra pra botar o papo em dia. Por enquanto, vou tomando umas por aquí e se antes eu dava uma prum santo qualquer, agora tenho o "meu" santo : à nossa, São Erickson Luna!

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