quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Amigos são para sempre!

Gostaria de ter postado estas minhas reflexões há alguns dias atrás quando se comemorou o “Dia do amigo” mas fui retardado pela esperança. Esperei um pouco mais que minha amiga reaparecesse. Cheguei a sonhar com ela voltando mas ao acordar senti a decpção de ter sido apenas sonho; um sonho bom que não se confirma. Só aí percebi que a havia perdido. Entendí que se confirmavam meus mais pessimistas pressentimentos com relação a ela.
A criatura a qual me refiro atendia pelo nome de “Jade” mas foi apelidada de “Pirrita”, codinome bem mais apropriado a seu tamanho pequenino e sua vivacidade. Ela é esta pequenina SRD (Sem Raça Definida) que incluí junto com seu companheiro “Bob” no cabeçalho do blog (Pirrita é a menorzinha mais ao fundo e Bob o mais peludo ao lado de minha foto). Achei que não era justo mostrar a Ruinha, contar histórias das minhas andanças, apresentar minha “neta” , musa do blog e fiel companheira “Jujuba” e não ter ainda contado a meus leitores a história dos dois afinal, fui “adotado” por eles tão logo comecei a frequentar a vila e a casa de meu amigo Rocha com mais assiduidade. Era difícil me ver caminhando por lá sem a companhia dos dois ou pelo menos um deles. Bastava eu me preparar pra ir trabalhar na minha casa que eles já se postavam à saída pra me acompanharem. Seguiam ao meu lado nos 300m. aproximadamente que separam a casa deles da minha e ficavam lá comigo o dia inteiro.
Mas “Pirrita” tinha hábitos digamos não muito “sociais”: adorava correr atrás de motos em alta velocidade latindo e ameaçando morder seus ocupantes. Corria atrás também de galinhas, cavalos, outros cachorros e até pessoas de quem não gostava. Não tinha medo de nada e não respeitava tamanho e estas características me fizeram amá-la ainda mais. Se ter raça é ter coragem, disposição e resistência, ela foi sem dúvida uma cadela de raça. Mas sua imensa coragem pode ter determinado seu fim. Odiada por muitos por seus “costumes” era quase sempre vitima de maus tratos, tanto em brigas com animais maiores onde muitas vezes saia ferida mas não vencida ou mesmo agredida pelo pior tipo de animal que existe: o ser humano.
Entre as façanhas que presenciei das quais escapou estão inúmeras brigas com outros cães, um atropelamento por moto e dois dias dentro de uma cisterna abandonada, de onde foi resgatada graças à alma bondosa de um rapaz chamado Édipo, trabalhador de Rocha.
Mas há cerca de um mês ela desapareceu sem deixar vestígios. Ninguém sabe, ninguém viu nem ouviu falar. As hipóteses para o sumiço podem ser várias; nenhuma otimista. Atropelamento, envenenamento ou até mesmo picada de serpente. Pode-se até considerar a possibilidade de ainda estar viva, presa em algum sítio mas esta, pelo tempo, está praticamente descartada.
O certo é que não temos mais a sua companhia. Bob, eu e uns poucos que a compreendiam estamos muito tristes. Não a vi morrer e isto posso considerar a parte “boa” dessa tragédia; sofri muito quando presenciei a morte de outros cães que passaram pela minha vida e o fato de não ter certeza do que aconteceu me alivia um pouco. Seria muito ruim saber, por exemplo, que ela foi vitima fatal da maldade humana; prefiro imaginar um acidente ou coisa semelhante. Além do mais, sem saber do ocorrido pode-se ainda manter, ainda que tênue a chama da esperança de que reapareça. De qualquer forma desejo que, se estiver viva que reapareça e nos alegre mais uma vez e se estiver morta, que descanse em paz da voracidade de outros bichos, das durezas que enfrentou na vida e da crueldade insana dos homens.

Um comentário:

Igor disse...

Lindo texto. Cheio de amor.